Postado em 27/maio/2015
Uma parceria entre a empresa CMPC Celulose Riograndense e o LARF – Laboratório de Restauração Florestal da UFV, através de convênio com interveniência da Sociedade de Investigações Florestais (SIF-UFV), tem possibilitado o desenvolvimento de técnicas alternativas para restauração de Áreas de Preservação Permanente em propriedades da empresa no Rio Grande do Sul.
Quando, em 2012, o professor Sebastião Venâncio Martins esteve na empresa para ministrar um curso de restauração ecológica, teve a oportunidade de conhecer algumas APP´s da empresa que necessitavam de intervenção para estimular a recuperação da cobertura florestal nativa. Entre os problemas detectados nesta primeira visita, estavam a entrada de equinos e bovinos nas APP´s, que impactava fortemente a vegetação colonizadora, e a distância de florestas nativas, que dificultava a chegada de propágulos, além do elevado custo da restauração tradicional por reflorestamento, que até então vinha sendo adotada com pouco sucesso.
A partir do convênio foram desenvolvidos em conjunto com o CPT – Centro de Pesquisas Tecnológicas e da Coordenação de Meio Ambiente Florestal da CMPC, através do pesquisador Elias Frank de Araujo e da analista de manejo florestal Luciana Esber Michels, técnicas de baixo custo e com foco mais ecológico, procurando aproveitar e estimular o potencial de regeneração natural das APP´s.
Assim, dois anos após a implantação dos primeiros experimentos, já é visível uma grande alteração na paisagem das APPs da empresa onde houve intervenções. O estado de degradação vem sendo paulatinamente substituído por uma cobertura florestal nativa em núcleos, que simula o processo natural de sucessão florestal, porém num ritmo muito mais rápido (Figuras 1 a 3). Cabe destacar que muitas APP´s estavam num estado estacionário de neo-ecossistema em que a regeneração florestal não avançava, não por restrições edáficas ou climáticas, mas por isolamento de florestas fontes de sementes na paisagem antropizada.
Além do desenvolvimento e/ou adaptação de novas técnicas de restauração com redução de custos, a parceria CMPC/LARF-UFV tem possibilitado também o treinamento em nível de estágio e pós-graduação de estudantes de cursos de Engenharia Florestal e outros na área de restauração florestal, um bom exemplo é o da Engenheira Florestal Camila Bauschpiess, que realizou estágio na empresa neste projeto, ainda quando estudante na UFSM e atualmente está terminando sua dissertação de mestrado em Ciência Florestal na UFV, com dados coletados nas APP´s em restauração no Rio Grande do Sul.
Os resultados deste convênio reforçam a viabilidade da produção de celulose em harmonia com o meio ambiente e como uma atividade ambientalmente adequada, que pode inclusive servir de modelo para outras empresas do setor.
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